Desde o início da década de 1990, o Japão vive um dos ciclos mais longos de estagnação econômica entre as grandes potências mundiais. O problema teve origem em fatores estruturais e históricos, sendo os principais marcos o Acordo de Plaza de 1985 — que levou à valorização do iene — e o colapso do setor imobiliário e da bolsa em 1990, que destruiu trilhões de dólares em valor de mercado.
Esses eventos desencadearam uma crise profunda, da qual o país nunca se recuperou plenamente. A economia japonesa passou a enfrentar uma combinação rara e preocupante: baixo crescimento, deflação persistente e envelhecimento populacional acelerado.
Nas décadas seguintes, o governo japonês adotou diversas medidas para tentar reverter esse cenário, como a redução agressiva da taxa de juros, que chegou a níveis próximos de zero, e programas massivos de estímulo fiscal e monetário. No entanto, os resultados têm sido limitados e temporários, sem promover uma retomada econômica consistente.
A experiência japonesa se tornou um exemplo clássico de estagnação de longo prazo, desafiando os modelos tradicionais de política econômica e servindo de alerta para outras nações com estruturas demográficas e econômicas semelhantes.