Tóquio, 7 de outubro – O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou nesta segunda-feira (7) que o país “não fez nada injusto” com os Estados Unidos e está analisando as barreiras não tarifárias apontadas pelo governo americano. A declaração ocorre após a Casa Branca anunciar a imposição de tarifas de 24% sobre produtos japoneses, medida que Tóquio considera prejudicial à relação econômica bilateral.
Japão Defende Investimentos e Geração de Empregos nos EUA
Ishiba destacou que as empresas japonesas têm contribuído significativamente para a economia americana, realizando grandes investimentos e criando empregos em diversos setores.
- Dados recentes mostram que companhias japonesas empregam mais de 800 mil trabalhadores nos EUA, especialmente nos setores automotivo, tecnológico e industrial.
- Montadoras como Toyota, Honda e Nissan possuem fábricas em vários estados americanos, fortalecendo a cadeia produtiva local.
O premiê afirmou que pretende visitar os EUA em breve para discutir a política comercial com o governo do presidente Donald Trump, buscando um entendimento mútuo sobre as tarifas.
Preocupação Japonesa com as Novas Tarifas
O secretário-chefe de Gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, declarou que o governo continuará a “solicitar fortemente” que os EUA reconsiderem as taxas, que podem ter um “grande impacto” nas relações econômicas entre os dois países.
- As tarifas afetam principalmente produtos siderúrgicos e automotivos, setores estratégicos para a economia japonesa.
- Analistas temem que a medida possa desacelerar o comércio bilateral, que movimenta bilhões de dólares anualmente.
Contexto das Relações EUA-Japão
A imposição de tarifas ocorre em um momento de revisão das políticas comerciais globais pelos EUA, que buscam reduzir déficits e proteger indústrias domésticas. O Japão, por sua vez, tem buscado aprofundar acordos de livre-comércio, como o CPTPP (Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica), para diversificar seus mercados.
Próximos Passos
- Diálogo Direto: Ishiba espera que uma visita oficial aos EUA ajude a suavizar as tensões e evitar uma guerra comercial.
- Pressão Diplomática: O Japão deve continuar negociando dentro de fóruns como a OMC (Organização Mundial do Comércio) para defender seus interesses.
Conclusão
Enquanto o governo japonês insiste que não agiu de forma desleal, a decisão dos EUA de aumentar tarifas coloca em xeque uma das parcerias econômicas mais importantes do mundo. O desfecho desse impasse pode definir não apenas o futuro das relações bilaterais, mas também o cenário do comércio global nos próximos anos.
▶️ Acompanhe as atualizações: O governo japonês deve divulgar novas posições após a viagem de Ishiba aos EUA.