China Convoca Reunião na ONU e Acusa EUA de Usarem Tarifas como Instrumento de Intimidação

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Em discurso contundente, representante chinês denuncia “guerra comercial unilateral” do governo Trump e pede apoio global contra medidas protecionistas

Nações Unidas – A China levou sua batalha comercial contra os Estados Unidos às Nações Unidas nesta quarta-feira (17), acusando o governo Trump de utilizar tarifas como “arma geoeconômica” para intimidar parceiros comerciais. A reunião emergencial do Conselho Econômico e Social da ONU ocorre após a recente decisão americana de impor tarifas de até 25% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.

O Discurso Inflamado da China

O embaixador Zhang Jun não poupou críticas:

  • “Os EUA, sob o governo Trump, estão traindo os princípios do livre comércio”
  • “As tarifas são um ataque direto ao sistema multilateral”
  • “Isso não é sobre déficit comercial – é sobre impedir nosso desenvolvimento”

Dados apresentados pela China mostram que as tarifas americanas já atingem 66% das exportações chinesas para os EUA, com impacto estimado em US$ 250 bilhões em comércio bilateral.

Reações Divididas na ONU

O debate revelou divisões claras:
Apoiadores da China:

  • Rússia: “Prática claramente protecionista”
  • Irã: “Violação das regras da OMC”
  • Paquistão: “Prejudica países em desenvolvimento”

Defesa Americana:

  • Embaixador dos EUA: “Resposta necessária a práticas desleais chinesas”
  • Japão: Expressou preocupação, mas evitou criticar diretamente
  • UE: Pediu “moderação de ambos os lados”

Contexto da Disputa

A escalada tarifária começou em 2018 quando Trump anunciou:

  • 25% sobre aço chinês
  • 10% sobre alumínio (posteriormente aumentado)
  • Tarifas progressivas sobre tecnologia e bens industriais

A China respondeu com tarifas equivalentes sobre:

  • Soja americana
  • Automóveis
  • Gás natural liquefeito

Consequências Globais

Estudos citados na reunião mostram:
▸ Queda de 0.5% no PIB global em 2019 devido à guerra comercial
▸ 300.000 postos de trabalho perdidos nos EUA (segundo estudo do Fed)
▸ Deslocamento de cadeias produtivas para o Sudeste Asiático

Próximos Passos

A China anunciou que:

  1. Ampliará recursos na OMC (apesar do bloqueio americano ao órgão)
  2. Acelerará acordos comerciais com UE e ASEAN
  3. Estuda retaliações adicionais sobre produtos agrícolas americanos

Análise: Enquanto Trump insiste que “as tarifas estão funcionando”, a China busca isolar os EUA diplomaticamente. O impasse deve continuar até as eleições americanas, com Pequim apostando no desgaste da política comercial trumpista.

Fontes consultadas: Reuters, Bloomberg, South China Morning Post

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